quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Explanações básicas II : Carboidratos PARTE I

DEFINIÇÕES BÁSICAS

Carboidratos ou hidratos de carbono são, dentro da química, toda ou qualquer molécula orgânica que possui a seguinte fórmula molecular

Cn(H2O)n 

Exemplos: 


Glicose( d-glicose = 'Dextrose'): C6H12O6
Frutose : C6H12O6
Ribose: C5H10O5
Galactose: C6H12O6

Ou que produzem , por hidrólise, compostos com essa estrutura [ Cn(H2O)]

Exemplos:
Sacarose ( açúcar comum):  C12H22O11 
Lactose ( açúcar do leite): C12H22O11

Amido : (C6H10O5)n        ; com n variando de 2000 a 3300 !


O que significa então esta fórmula antes citada? Que os carboidratos possuem 2 átomos de hidrogênio e 1 de oxigênio para cada átomo de carbono, ou que produzem compostos do tipo quando 'quebrados' em unidades menores (importante é, para o químico, reconhecer que o nox relativo deste carbono é 0). A hidrólise, como antes já mencionado, é um processo de quebra de uma molécula maior em unidades menores. Porém, precisamos aprofundar agora um pouco mais e dizer que envolve a reação com moléculas de água para esta quebra.

 C12H22O11  (sacarose) H2O    =  C6H12O(glicose)  +    C6H12O(frutose)


C12H22O11  (lactose) H2O    =  C6H12O(glicose)  +    C6H12O(galactose)

Todas essas reações são 'possíveis' ( em tempo hábil) graças a atuação das enzimas , que são espécies de proteínas que catalizam ( aceleram) essas reações. Cada uma reação, muitas vezes, depende de uma enzima diferente para ser catalizada.

Como podem ter visto, muitos carboidratos podem ter a mesma fórmula molecular e mesmo assim se tratar de moléculas diferentes ( frutose, glicose, galactose...). Ou seja, se tratam de isômeros, diferem entre si das estruturas que possuem: 


A seguir, as fórmulas estruturais (conformação linear) dos três carboidratos citados.


 Fórmulas estruturais (conformação cíclica) dos três carboidratos citados.






Pode parecer pouco não é?! Mas importa bastante quando se trata da atuação no organismo! Imagine uma chave, que tem um único dente invertido. Ela entra na fechadura e abre a porta? Não!!! Mais ou menos assim funciona também nos organismos vivos.

LEMBRETE 1 : Estrutura importa !

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ENERGIA E CARBOIDRATO


Na classe dos carboidratos, dentro da definição química básica, encontramos muitas diferentes substâncias. A maioria são glicídios ( açúcares) que podem estar sob forma simples ( monossacarídeo), formas maiores ( di, tri, tetrassacarídeos) ou bem maiores ( poli e oligossacarídeos ). Exemplos de carboidratos que não são glicídios/sacarídeos  são: inositol [ C6H12O]  , ácido acético [ C2H10O2] , levoglucosan  [ C6H10O5 ], dentre outros.

Ao contrário do que se pensa, NEM TODO CARBOIDRATO CONTRIBUI ENERGETICAMENTE PARA O ORGANISMO. Exemplos são as moléculas antes citadas ( ácido acético, inositol, levoglucosan) e podemos acrescentar a pectina, a celulose, hemicelulose, as betaglicanas, dentre outros. Estes quatro últimos são poli ou oligossacarídeos porém não são absorvidos pelo corpo ( não sofrem hidrólise), possuindo, porém função específica; são conhecidos como FIBRAS ALIMENTARES. Quanto a energia fornecida pelos carboidratos ( os que fornecem energia), usa-se a média estatística aproximada de aproximadamente 4 kcal por grama de carboidrato puro ingerido.

Os carboidratos, tanto na forma simples, quanto nas formas mais complexas são fontes de energia ( e ambas produzem os mesmos 4kcal/g). Mas, assim como as proteínas, eles precisam ser quebrados em unidades menores para ocorrer a absorção. Também como as proteínas, diferentes fontes de carboidratos possuem diferentes velocidades de hidrólise. A existência de fibras alimentares na mesma refeição que contém o carboidrato desacelera ainda mais a absorção, pois as fibras, principalmente as solúveis ( pectina, betaglicanas...), interferem na ação das enzimas que catalisam esta reação.

 Após quebradas, os monossacarídeos são levados a corrente sanguínea onde, por intermédio da ativação por sinalizadores específicos , são absorvidos pelas células. Um dos ativadores das células para absorção de glicose ( que é um dos monossacarídeos mais comuns), no organismo, é o hormônio insulina. Este hormônio é importantíssimo para a manutenção dos níveis ideais de glicose no sangue. A insulina é contrarregulado pelo glucagon ( dentre outros hormônios): enquanto a insulina ativa a entrada de glicose na célula, o glucagon estimula a liberação de glicose na corrente sanguínea as custas do estoque de glicogênio da célula. O glicogênio é um oligossacarídeo que libera glicose quando hidrolisado e seu estoque é limitadíssimo. As células não podem armazenar muita glicose sob a forma de glicogênio. Portanto, a insulina além de ativar a entrada de glicogênio nas células, também estimula a síntese de ÁCIDOS GRAXOS, ou seja, 'gordura corporal', nas células de gordura, para reduzir os níveis de glicose na corrente sanguínea.

Desta forma, o que se busca em nutrição para evitar a síntese de ácidos graxos e picos de insulina e glicose, é utilizar-se de fontes de carboidratos que liberem glicose/monossacarídeos numa velocidade média ao longo do tempo, mantendo uma liberação razoavelmente constante. Essas fontes são comumente chamadas de CARBOIDRATOS COMPLEXOS e possuem estruturas de polissacarídeos conjugados com alto teor de fibra alimentar.


LEMBRETE 2: Nem todo carboidrato produz energia. Os sacarídeos que podem ser absorvidos ( hidrolisados) produzem 4 kcal por grama em média. A velocidade de absorção dos carboidratos depende da estrutura do mesmo e se na refeição havia também fibras ( preferencialmente as solúveis).



>>>>>>>>>>>>>MAIS NA PARTE II<<<<<<<<<<<

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